O rei das tardes

A trajetória de Reinaldo Gottino, um dos principais apresentadores da TV brasileira

"Vem, vem, vem". "Oh o feijão queimando, minha senhora!". "Xô depressão, vem alegria". Esses são alguns de seus bordões. Reinaldo Gottino se tornou um dos maiores apresentadores da TV aberta brasileira. Atualmente o seu programa, o Balanço Geral, tem alegrado as tardes do público e conquistado bons índices de audiência, com prestação de serviço e muita diversão. Resultado de muito trabalho e dedicação.

Foi em um evento no centro de São Paulo, para corretores de imóveis, que vi Gottino pessoalmente pela primeira vez. Ele contou um pouco de suas experiências profissionais e pessoais, e falou bastante do bairro onde nasceu, a Vila Prudente, na zona leste.

Aquele encontro aumentou minha vontade de conhecer melhor o apresentador. Foi então que tive a oportunidade de acompanhar de perto o seu programa e ver pessoalmente como tudo é feito. Posteriormente, fiz uma entrevista com Gottino e pude conhecer melhor sua trajetória, além de perceber o que o jornalismo e o esporte representam para ele.

No Balanço Geral, exibido de segunda a sexta, a partir do meio dia, o apresentador conta com mais dois jornalistas: Fabíola Reipert, que faz o quadro ‘’ A hora da venenosa’’ – um dos picos de audiência da atração. Nele, a jornalista conta tudo sobre o mundinho pantanoso dos famosos, ao lado de Renato Lombardi, que sempre comenta as notícias. 



Reinaldo Gottino, 40 anos, é filho de Italiano e palmeirense de coração. Seu primeiro trabalho foi como office boy no banco. Com o passar do tempo, ainda bem jovem, recebeu um convite que mudaria o rumo de sua vida: o então futuro jornalista teve a oportunidade de atender telefonemas numa rádio. “Um dia o locutor faltou, eu entrei e fiz o programa no lugar dele. Não saí mais’’, conta.

Seus primeiros trabalhos como jornalista se deram na TV Gazeta, rádio CBN e na rádio Globo. Ele também foi repórter da Record, na qual fez grandes coberturas esportivas. O palmeirense também se dedicou aos estudos, se graduou em Jornalismo e, logo depois, fez pós-graduação em Comunicação Empresarial.

Segundo Gottino, as coisas foram acontecendo naturalmente, até então ele não sabia que tinha vocação para seguir a carreira na área da comunicação. Sua paixão pela área surgiu através do esporte, quando ele ouvia os jogos de futebol pela rádio.

Dentre os eventos esportivos que se tornaram importantes para o jornalista ele destaca as coberturas das Olímpiadas do Rio de 2016, do Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, e da Paraolimpíada de Atenas, em 2004.

Mas foi na Record TV que conseguiu arrebatar o público e ver o reconhecimento maior do seu trabalho, com reportagens de grande repercussão.

“Uma delas que me marcou foi a do jovem que salvamos no hospital.’’ Em 2012 Gottino estava fazendo uma matéria para o quadro do programa ‘’O povo Sofre’’ no hospital São Mateus, na zona leste de São Paulo. Na reportagem era relatado a negligência do hospital no atendimento aos pacientes com problemas graves.

Na matéria é mostrado um adolescente de 14 anos que estava há 3 horas esperando para ser atendido. O garoto tinha batido a cabeça e o machucado era visível. Após horas de espera, o menino começou a ter convulsões dentro de uma lanchonete, em frente ao hospital. Vendo que o garoto estava sem socorro, o jornalista deixou de lado o seu trabalho e foi socorrer o menino. Pegou o garoto no colo e o levou até o pronto-socorro. Tudo foi gravado. Por conta dessa matéria, Gottino recebeu o reconhecimento das pessoas nas ruas, por não ser apenas um simples jornalista, mas por se colocar no lugar das pessoas, por ser humano e não apenas um comunicador.

Como todo bom jornalista, Gottino também enfrentou dificuldades no decorrer da sua carreira, mas nunca pensou em desistir diante delas. Afinal, jornalismo é a “única coisa que eu sei fazer’’, relata.

O apresentador também conta que sempre quis seguir a área e suas maiores inspirações são os jornalistas Heródoto Barbeiro, Osmar Santos, Roberto Avalone e Cid Moreira. E se não houvesse o jornalismo no mundo? Qual profissão seguiria? “Não sei! Talvez dono de restaurante. Adoro’’.

Durante todos esses anos de jornalismo, o apresentador viveu muitas experiências, boas e ruins. “Tenho muitas, todos os dias é uma experiência nova. Como disse o Ricardo Boechat, nessa profissão não se morre de tédio’’.

Do rádio para a TV

Entre matérias, coberturas de jogos e grandes reportagens para TV, a sua estreia na Record TV foi em 2005, cobrindo o jogo entre Palmeiras e Corinthians. A partir daí se deu o auge na sua trajetória profissional.

O apresentador afirma que não houve nenhum tipo de problema ou dificuldade ao sair do rádio para a TV: “Foi tranquilo, porque eu fazia os dois. Foi simultâneo. Não teve ruptura’’, conta.

Mas como todos os meios de comunicação são diferentes, o rádio e a TV tem suas peculiaridades. Para Gottino, o rádio é uma paixão. “O rádio é muito mais descritivo, mais emocionante. Na TV você tem a imagem, apenas tem que pontuar o que está acontecendo’’.

Pergunto o que a TV trouxe de melhor para a sua vida pessoal e profissional e ele responde: ‘’reconhecimento nas ruas, sem dúvida’’.

Gottino participa de toda composição do seu programa. Sua rotina de trabalho começa às 7h, quando ele chega na Record. Neste período, ele checa as principais notícias e colabora para organizá-las. Seu foco é a informação e a prestação de serviço. Como ele mesmo diz em seu programa: ‘”eu acredito na força do Jornalismo”.

Com o avanço da internet, muitos famosos usam as redes sociais para ter um bom relacionamento com os seus fãs, e com o apresentador não é diferente. Gottino costuma sair da emissora às 16h, mas continua próximo do público.

É comum vê-lo em lives (transmissões ao vivo) e em vídeos e fotos que ele posta nas redes sociais, visto na rua, no metrô ou com os amigos.

Pergunto para ele se futuramente poderia seguir a carreira de Youtuber, ele conta que já tem um canal, mas isso não o seduz. Além de seus grandes trabalhos, fora da TV Gottino costuma fazer outras atividades, como escrever livros, ser mestre de cerimônia e também ajudar instituições. “Apresento voluntariamente o programa Ressoar, uma revista eletrônica, do terceiro setor, que questiona e mostram iniciativas de inclusão e responsabilidade social, apoio instituições como o Grupo de apoio ao adolescente e à criança com câncer (GRAACC), Casa Hope, entre outras’’.

A família representa a base de sua vida, nela ele encontra o consolo e a felicidade, principalmente ao lado de sua esposa e seus dois filhos. Mas a quem ele deve tudo o que conquistou durante esses anos? “Jesus Cristo. Ele que me conduz diariamente’’, destaca.

Viver um dia de cada vez é o seu plano para o futuro, e para aqueles alunos ou amantes do jornalismo esportivo que desejam seguir a profissão, o apresentador deixa o seu conselho: “persistir e nunca desistir’’.

Aquela selfie de lei rsrs

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